segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Falta um mês para o Festival El Mapa de Todos



 A terceira edição do Festival El Mapas de Todos está confirmada para os dias 6, 7 e 8 de novembro, em Porto Alegre. Essa é a segunda vez que o evento é realizado na cidade. O tema do festival desse ano é “Por um novo Peabiru”, de acordo com os organizadores é uma referência ao caminho pré-colombiano que ligava o continente sul-americano.
A proposta do festival é essa mesma integrar a América do Sul, mas dessa vez não por estradas e sim por meio da música.
O curador do festival, Fernando Rosa, mais conhecido como Senhor F, concedeu entrevista para o blog Ruídos das Américas e falou sobre música, organização e a dificuldade dos brasileiros em consumir música dos países vizinhos. 

Como surgiu a ideia de realizar o festival?
Surgiu em Brasília, em 2008, a partir da nossa relação com a música em espanhol – a minha em particular, e do portal que editava e continuo editando, Senhor F, que promovia a divulgação da história do rock latino e também acompanhava as cenas atuais dos respectivos países. Havia o estímulo para que os festivais promovessem a integração, mas não havia um festival com esse perfil específico.

No total quantas edições do festival já ocorreram?
Com este perfil mais definido e nome, estamos indo para a terceira edição. A segunda edição aconteceu em Porto Alegre, em abril de 2011, já com patrocínio da Petrobras. E também do Ministério da Cultura, por meio da Lei Roauanet. A terceira edição está prevista para o mês de novembro, dias 6,7 e 8, também em Porto Alegre, no Opinião.

Quais são os objetivos do festival?
Promover a integração por meio da música, acho que poderia ser o mote principal do festival. Apostamos na construção de uma plataforma comum de circulação no continente sul-americano. E na maior troca de informações entre as cenas musicais dos respectivos países.

Quais foram as principais mudanças da primeira edição para atual?
A principal delas foi a de local, pois o festival transferiu-se de Brasília para Porto Alegre. No caso, Porto Alegre aprofundou a ideia de integração, pelo fato de sediar outros eventos como Fórum Social Mundial e a Bienal de Mercosul. O fato do festival ter como palco o Opinião, uma referência local e nacional em matéria de casa de espetáculos. Acredito que também avançamos na curadoria, aproximando-nos mais da realidade das cenas de cada um dos países. Ainda evoluímos em organização e qualidade de produção.

Os organizadores tiveram que realizar alguma adaptação devido ao perfil do público brasileiro?
Pouca coisa, apenas alguns ajustes em relação ao lineup que precisa contemplar artistas locais, ou nacionais, com mais peso, para compensar o pouco conhecimento do público brasileiro em relação à produção dos países vizinhos.

Quais foram os critérios para line-up do El Mapa de Todos 2012?
Os critérios são variados, mas basicamente tem como focos centrais a qualidade autoral, o momento de cada artista em seu país e a busca de uma diversidade estética. Não é tarefa fácil, especialmente por haver uma quantidade muito grande de artistas de excelente qualidade e dispostos a participar do festival, que não temos condições de convidar. Um fator que baliza a curadoria é a questão financeira, limitadora dos convites, principalmente devido ao alto custo das passagens aéreas.

Quais são as principais dificuldades para a realização de um evento desse porte?
O que torna as coisas difíceis são os recursos limitados e, por outro, a burocracia que ainda nos obriga a atender diversos requisitos legais. Mas, temos avançado nesses quesitos, seja conquistando novos apoiadores e dominando todo o processo legal junto aos Ministérios do Trabalho e de Relações Exteriores. Outra dificuldade é o distanciamento do público brasileiro da produção musical dos países latinos, que faz a maioria conhecer superficialmente somente os grandes nomes. Nesse ponto, temos contado com o apoio da mídia em geral, seja em Porto Alegre, no Brasil e mesmo no exterior, que divulga o festival com entusiasmo.

Qual é a média de público da edição anterior do festival?
Em torno de 2 mil pessoas, um pouco menos do que primeira edição, em Brasília, que contou com cerca de 3 mil pessoas. Mas isso era esperado, pois estávamos apresentando o festival em Porto Alegre, para um público que desconhecia o projeto e, em um momento não muito bom do mercado musical.

Qual é a expectativa de público para esse ano?
Nossa expectativa para esta edição é contar com um público médio de 1.500 pessoas por dia, o que sabemos não é fácil de atingir.

Quais são os valores dos ingressos?
Os ingressos custam R$ 20,00 por noite.

Interessados de outros estados podem comprar o ingresso pela internet?
Sim, no endereço:  http://minhaentrada.net/opiniao

Quais são as principais barreiras para o pouco fluxo de música vinda de países vizinhos?
A principal barreira é ideológica, resultado de um mercado comandado pela indústria musical anglo-saxã. Sempre foi mais fácil comprar um disco, ou um cd de artistas ingleses ou americanos, do que de um artista argentino, uruguaio ou peruano. Com isso, o ouvinte brasileiro foi impedido de conhecer a produção dos países sul-americanos. E, pior, ainda foi bombardeado com o “excedente” da produção mainstream de baixa qualidade “made in Miami”. Com a internet, pelo menos o acesso se tornou mais fácil, mais ainda é preciso promover o estímulo ao conhecimento, à audição.

Serviço:
Festival El Mapas de Todos
Local: Opinião
Endereço: Rua José do Patrocinio, 834 - Cidade Baixa – Porto Alegre
Datas: 6, 7 e 8 de novembro.



Lineup:
6 de novembro – terça-feira
Fábrica do General Bonimores (Brasil)
Algodón Egípcio (Venezuela)
Esteban (Brasil)
Franny Glass & Banda (Uruguai)
Apanhador Só (Brasil)


7 de novembro – quarta-feira
The Tape Disaster (Brasil)
NormA (Argentina)
Bidê ou Balde (Brasil)
Bareto (Peru)
El Cuarteto de Nos (Uruguai)


8 de novembro – quinta-feira
Medialunas (Brasil)
Dënver (Chile)
Autoramas (Brasil)
Juan Cirerol (México)
Nenhum de Nós (Brasil)


 

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