segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Paralelo México / Brasil

O amor é um tema universal no mundo da música, das artes visuais e plásticas. A canção pode ser cantada em russo que o ouvinte brasileiro saberá nem que seja por intuição que se trata de alguém cantando a sua alegria ou tristeza frente ao amor. Um dos momentos mais emocionantes para um casal é quando se juntam os trapinhos, essa temática rendeu dois bons vídeos no ano de 2012.

Em julho, Marcelo Jeneci, lançou o clip Pra Sonhar, em outubro, a Carla Morrison lançou Eres tú. Aliás, essa mocinha está concorrendo ao Grammy Latino nas categorias melhor álbum do ano, melhor álbum alternativo, melhor canção e melhor canção alternativa pelo cd Dejanme llorar.


sábado, 13 de outubro de 2012

Música boa não tem data de validade



 Em algumas situações nos miramos no que vemos e acertamos no que não vemos, eu já passei por isso algumas vezes. Essa semana aconteceu novamente, estava pesquisando sobre uma cantora guatemalteca, Gaby Moreno, quando ouvi a versão dela para o clássico Quizás, Quizás, Quizás.

Deixa-me explicar qual foi a grande descoberta. Eu já tinha escutado essa canção sendo interpretada pelo Ibrahim Ferrer e pela Omara Portuondo, porém acreditava que se tratava apenas de mais uma das lindas canções cubanas. Eu estava enganada, pois não tinha noção da importância dessa canção e também porque no primeiro momento parecia uma música novíssima.

A versão da Gaby Moreno ficou extremamente atual com arranjos de guitarra e baixo, em seu estilo suave de cantar. Ela conseguiu transformar uma música conhecida em algo muito próprio.

A música original foi composta pelo cubano Osvaldo Farrés, em 1947, e ganhou o mundo literalmente ao ser interpretada por Doris Day, Nat King Cole, Charles Aznavour, Luis Miguel, Maurice Chevalier, Sara Montiel, Ibraim Ferrer, Omara Portuondo, Maysa, entre outros. Essa canção foi traduzida, interpretada em diversos gêneros, formas, idiomas e com muitos sotaques.

Quizás, Quizás, Quizás comprova a tese de que música boa não tem prazo de validade, pois depois de 65 anos e gravada de várias maneiras ela continua atual.



Dia da Resistência Indígena ao som do punk





Em 12 de outubro, o Brasil celebra o feriado de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças. Nos países vizinhos hoje é o dia da Resistência Indígena. O feriado inicialmente se chamava Día de La Raza, e surgiu para comemorar a descoberta espanhola e a herança hispânica, mas com o tempo os países foram refletindo sobre a simbologia da data e foram trocando o nome do feriado. Atualmente muitos celebram esse dia como Resistência Indígena para reforçar o legado cultural e de luta indígena.
Para refletir sobre essa data, ressaltando seu espírito combativo nada melhor que um bom punk rock da banda chilena Los Miserables, que surgiu com o objetivo inicial de protestar contra a ditadura Pinochet.
O vídeo a seguir é uma versão de uma música de Violeta Parra, maior folclorista chilena, onde fazem uma homenagem ao povo Mapuche. Essa etnia vive em parte do território argentino e chileno, ao longo de sua história tiveram grandes vitórias frente aos conquistadores espanhóis, conseguindo manter por mais de um século a autonomia de suas terras, mas que tem sido violentamente reprimidos, nos últimos anos, no Chile, até mesmo com a criminalização de seus movimentos de resistência. 



quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Amor a primeiro refrão



Vira e mexe sai listas dos melhores álbuns da década, do século XX, baterista, melhor cantor, maior guitarrista e etc. Sem falar na lista dos piores.
O problema que produzir uma lista é uma tarefa difícil, metódica e ao mesmo tempo envolve muito subjetivismo.
Já fiquei rascunhando em minha mente quais são os meus músicos favoritos e as melhores canções dos últimos anos, mas nunca finalizo, pois seguindo o clichezão, que música reflete o momento, e como estou sempre em transição à lista nunca fica pronta.
Em vez de formular uma lista no momento prefiro recordar como me apaixonei por determinadas canções. Uso a palavra paixão porque música envolve sentimento, se não seria mais uma poesia parnasiana bela e sem alma. Lembro-me do local, do tempo e de como me senti ao escutar Construção, do Chico Buarque.
Recentemente tive essa sensação ao escutar No me hables de sufrir, dos Bunkers, ok são estilos diferentes, não estou comparando os artistas e no meu universo particular o Chico tem mais crédito devido ao seu histórico de trabalho. Falo da emoção de ser surpreendida.
A banda chilena, formada em 1999, têm seis cds lançados. A descoberta foi bem ao estilo Mônica, estava distraída em uma livraria quando reparei na música que tocava baixinho, foi o vendedor que me disse o nome da banda.
Desde então fiz uma pesquisa básica sobre eles, vi alguns vídeos e afins. O maior problema é que só encontrei um cd deles para comprar aqui no Brasil. Aquela máxima que é mais fácil encontrar cd de outro continente do que de países vizinhos é real.
Mas, não quero discutir isso e sim o prazer de escutar algo novo e que encante no primeiro refrão. No me hables de sufrir, faz parte do cd La Culpa, e serviu para aguçar a minha curiosidade e buscar mais informações sobre o quinteto formado pelos irmãos Durán e López, apenas o baterista não possui laços sanguíneos com os outros integrantes.
O que sacramentou o enlace foi ao escutar Vida de Perros. O álbum foi gravado de uma forma como se contasse uma história, detalhe com coerência. As músicas Ven Aqui, Ahora que no estás e Vida de Perros são os meus hits do cd.
Os dois últimos CDs Barrio Estación e Música Libre não corresponderam muito a minha paixão inicial, principalmente o Barrio Estación.
A banda não falou nada de lançamento, só me resta esperar para avaliar se o próximo cd corresponderá ao sentimento inicial.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Falta um mês para o Festival El Mapa de Todos



 A terceira edição do Festival El Mapas de Todos está confirmada para os dias 6, 7 e 8 de novembro, em Porto Alegre. Essa é a segunda vez que o evento é realizado na cidade. O tema do festival desse ano é “Por um novo Peabiru”, de acordo com os organizadores é uma referência ao caminho pré-colombiano que ligava o continente sul-americano.
A proposta do festival é essa mesma integrar a América do Sul, mas dessa vez não por estradas e sim por meio da música.
O curador do festival, Fernando Rosa, mais conhecido como Senhor F, concedeu entrevista para o blog Ruídos das Américas e falou sobre música, organização e a dificuldade dos brasileiros em consumir música dos países vizinhos. 

Como surgiu a ideia de realizar o festival?
Surgiu em Brasília, em 2008, a partir da nossa relação com a música em espanhol – a minha em particular, e do portal que editava e continuo editando, Senhor F, que promovia a divulgação da história do rock latino e também acompanhava as cenas atuais dos respectivos países. Havia o estímulo para que os festivais promovessem a integração, mas não havia um festival com esse perfil específico.

No total quantas edições do festival já ocorreram?
Com este perfil mais definido e nome, estamos indo para a terceira edição. A segunda edição aconteceu em Porto Alegre, em abril de 2011, já com patrocínio da Petrobras. E também do Ministério da Cultura, por meio da Lei Roauanet. A terceira edição está prevista para o mês de novembro, dias 6,7 e 8, também em Porto Alegre, no Opinião.

Quais são os objetivos do festival?
Promover a integração por meio da música, acho que poderia ser o mote principal do festival. Apostamos na construção de uma plataforma comum de circulação no continente sul-americano. E na maior troca de informações entre as cenas musicais dos respectivos países.

Quais foram as principais mudanças da primeira edição para atual?
A principal delas foi a de local, pois o festival transferiu-se de Brasília para Porto Alegre. No caso, Porto Alegre aprofundou a ideia de integração, pelo fato de sediar outros eventos como Fórum Social Mundial e a Bienal de Mercosul. O fato do festival ter como palco o Opinião, uma referência local e nacional em matéria de casa de espetáculos. Acredito que também avançamos na curadoria, aproximando-nos mais da realidade das cenas de cada um dos países. Ainda evoluímos em organização e qualidade de produção.

Os organizadores tiveram que realizar alguma adaptação devido ao perfil do público brasileiro?
Pouca coisa, apenas alguns ajustes em relação ao lineup que precisa contemplar artistas locais, ou nacionais, com mais peso, para compensar o pouco conhecimento do público brasileiro em relação à produção dos países vizinhos.

Quais foram os critérios para line-up do El Mapa de Todos 2012?
Os critérios são variados, mas basicamente tem como focos centrais a qualidade autoral, o momento de cada artista em seu país e a busca de uma diversidade estética. Não é tarefa fácil, especialmente por haver uma quantidade muito grande de artistas de excelente qualidade e dispostos a participar do festival, que não temos condições de convidar. Um fator que baliza a curadoria é a questão financeira, limitadora dos convites, principalmente devido ao alto custo das passagens aéreas.

Quais são as principais dificuldades para a realização de um evento desse porte?
O que torna as coisas difíceis são os recursos limitados e, por outro, a burocracia que ainda nos obriga a atender diversos requisitos legais. Mas, temos avançado nesses quesitos, seja conquistando novos apoiadores e dominando todo o processo legal junto aos Ministérios do Trabalho e de Relações Exteriores. Outra dificuldade é o distanciamento do público brasileiro da produção musical dos países latinos, que faz a maioria conhecer superficialmente somente os grandes nomes. Nesse ponto, temos contado com o apoio da mídia em geral, seja em Porto Alegre, no Brasil e mesmo no exterior, que divulga o festival com entusiasmo.

Qual é a média de público da edição anterior do festival?
Em torno de 2 mil pessoas, um pouco menos do que primeira edição, em Brasília, que contou com cerca de 3 mil pessoas. Mas isso era esperado, pois estávamos apresentando o festival em Porto Alegre, para um público que desconhecia o projeto e, em um momento não muito bom do mercado musical.

Qual é a expectativa de público para esse ano?
Nossa expectativa para esta edição é contar com um público médio de 1.500 pessoas por dia, o que sabemos não é fácil de atingir.

Quais são os valores dos ingressos?
Os ingressos custam R$ 20,00 por noite.

Interessados de outros estados podem comprar o ingresso pela internet?
Sim, no endereço:  http://minhaentrada.net/opiniao

Quais são as principais barreiras para o pouco fluxo de música vinda de países vizinhos?
A principal barreira é ideológica, resultado de um mercado comandado pela indústria musical anglo-saxã. Sempre foi mais fácil comprar um disco, ou um cd de artistas ingleses ou americanos, do que de um artista argentino, uruguaio ou peruano. Com isso, o ouvinte brasileiro foi impedido de conhecer a produção dos países sul-americanos. E, pior, ainda foi bombardeado com o “excedente” da produção mainstream de baixa qualidade “made in Miami”. Com a internet, pelo menos o acesso se tornou mais fácil, mais ainda é preciso promover o estímulo ao conhecimento, à audição.

Serviço:
Festival El Mapas de Todos
Local: Opinião
Endereço: Rua José do Patrocinio, 834 - Cidade Baixa – Porto Alegre
Datas: 6, 7 e 8 de novembro.



Lineup:
6 de novembro – terça-feira
Fábrica do General Bonimores (Brasil)
Algodón Egípcio (Venezuela)
Esteban (Brasil)
Franny Glass & Banda (Uruguai)
Apanhador Só (Brasil)


7 de novembro – quarta-feira
The Tape Disaster (Brasil)
NormA (Argentina)
Bidê ou Balde (Brasil)
Bareto (Peru)
El Cuarteto de Nos (Uruguai)


8 de novembro – quinta-feira
Medialunas (Brasil)
Dënver (Chile)
Autoramas (Brasil)
Juan Cirerol (México)
Nenhum de Nós (Brasil)